segunda-feira, 22 de março de 2010

Tem emprego aí?

Por Marileide Alves


A inserção da mulher no mercado de trabalho ao longo dos séculos foi sendo feita aos poucos, podendo ser percebida com maior força e num sentido crescente a partir da déc. de 60, aqui no Brasil. Isso, se deu por conta de vários fatores como o avanço da industrialização, a urbanização latente e contínua, o aumento do nível escolaridade, entre outros.
A mulher brasileira para entrar na força de trabalho, estuda mais que os homens, porém ganham menos e é minoria nos cargos de chefia. Mesmo sendo maioria na população total e ocupando 53,5% da população economicamente ativa do país, uma trabalhadora com salário médio recebe 71,3% do rendimento do homem (IBGE). Essa desigualdade salarial ainda é maior quando se trata da mulher negra brasileira, além de enfrentar o preconceito de gênero tem que combater o preconceito racial. São negras cerca de 56% das domésticas e usufruem ainda os menores rendimentos da sociedade.
Apenas 40% das mulheres trabalham com carteira assinada, enquanto esta proporção ficou em 50% para os homens. Elas também ocupam o topo num ranking desanimador, o desemprego, 1 milhão de mulheres estão sem trabalho para 779 mil homens nessa situação.
O contingente das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença dos homens (54,0%). E o da mulher negra é 71% superior a dos homens brancos e destas 23% é empregada doméstica.
Mesmo com a presença e a luta da mulher por seu espaço no mercado de trabalho, atualmente com as mudanças na organização do processo de trabalho, ela ainda não participa do processo decisório, ficando na esfera das decisões já tomadas. Nas indústrias/fábricas, elas estão na linha de montagem, no comércio, estão no balcão, no campo, estão na colheita, e etc.
Apesar de tudo, há importantes avanços no papel das mulheres no mercado de trabalho. E isso vem se refletindo no núcleo familiar e na sociedade. Mas ainda há muito que fazer para conseguir essa igualdade.