segunda-feira, 8 de março de 2010

Bigelow é a primeira mulher a levar a estatueta de melhor direção

Ontem, dia 07 de março de 2010, Kathryn Bigelow tornou-se a primeira mulher na história do Oscar a receber a estatueta de Melhor Direção. Diretora do filme Guerra ao Terror (The Hurt Locker), produção independente de baixo orçamento que enfrentou grandes dificuldades para assinar um contrato de distribuição, derrubou o grande favorito – Avatar, filme mais caro da história de Hollywood – em várias categorias, incluindo melhor filme.

Por coincidência, Bigelow e James Cameron (o diretor de Avatar) já foram casados, o que deu à disputa um certo “sabor” a mais. O filme, que chegou ao Brasil há mais de seis meses já em DVD (sem nunca ter passado pelos circuitos de cinema), vinha conquistando uma série de prêmios antes da noite de ontem, mas ainda assim sua vitória surpreendeu bastante. Na blogosfera e no Twitter, já se fala nele como “o melhor filme de guerra da história”, e não raro é colocado par-a-par com produções como Apocalypse Now (1979) e Cartas de Iwo Jima (Letters From Iwo Jima, 2006).

O momento para a vitória de Guerra ao Terror não poderia ser mais oportuno, a véspera do Dia Internacional da Mulher. Faz-se notar, nesse quesito, que o filme é uma produção feminina sobre a guerra do Iraque, tido nos Estados Unidos como tradicionalmente masculino. A vitória de Bigelow é importante porque, embora as grandes atrizes sempre tenham sido homenageadas, através dele a Academia inaugura a entrega de prêmios por trabalhos de realização a uma mulher.




Antes de Bigelow, apenas três mulheres haviam sido indicadas ao prêmio: Lina Wertmüller, indicada em 1976 por Pasqualino Sete Belezas (Pasqualino Settebellezze, 1975), Jane Campion por O Piano (The Piano, 1993) e Sofia Coppola por Encontros e Desencontros (Lost in Translation, 2003), o que aponta uma certa desigualdade de gênero em Hollywood.


João Araújo e Paloma Ayres