No dia internacional da mulher, um dos principais jornais chilenos, El Mercurio, em sua versão on-line absorvido com as atualizações sobre a intensa atividade sísmica vivida pelo país nos últimos dias parece ter se esquecido da data. Nenhuma reportagem dessa segunda-feira, dia 8, destacou o tema.
Em sua editoria dedicada às mulheres ´Tendencias y Mujer`` há uma matéria do dia 1 de março, intitulada ´´O que fazer depois do terremoto``, em que se explica os cuidados que devem ser tomados com as crianças para que superem o trauma dos momentos vividos em decorrência dos tremores.
Será que essa preocupação é só das mulheres?
No texto aparece o termo pais, como se os homens também tivessem que participar do processo, mas publicar uma matéria como esta exclusivamente na parte dedicada ao público feminino é mais uma evidência da tripla jornada de trabalho que as mulheres enfrentam, tendo que arcar, quase que exclusivamente com a educação dos filhos. Afinal, os homens em geral não lêem a parte dos jornais dedicada a elas.
Surpresa maior ainda, vindo de um jornal chileno que vive os últimos dias do governo da primeira presidente mulher de sua história, Michele Bachelet, que deixa o cargo no dia 11 de março.
(Joaci Conceição e Renata Vidal)
Foto: emol.com
