segunda-feira, 29 de março de 2010

461 notas de harmonia

Por Marcel Ayres

A história de uma cidade é celebrada por diversas experiências, momentos, cheiros, sabores e sons. Em 29 de março de 2010, Salvador completa 461 anos e, durante esse longo caminho, a música foi e é um personagem marcante na construção cultural da cidade.

Referências não faltam no berço musical baiano, seja no samba, axé, pagode, arrocha, tropicália, Rock n’ Roll ou, até mesmo, na música clássica. Sim, a música clássica que respira grandes nomes e orquestras na cidade da folia.

Maestro com dendê

Entre os grandes nomes da música clássica baiana está o pianista e maestro Ricardo Castro, um personagem que marcou história e continua levando o nome da Bahia pelo mundo afora. Nascido em Vitória da Conquista, aos três anos Castro começou a tocar piano incentivado pela família. Aos oito, fez seu primeiro recital, depois, aos dez anos participou de um concerto ao lado da Orquestra da UFBA.

Daí em diante Ricardo Castro não parou. Entre os prêmios mais importantes de sua carreira estão os primeiros lugares dos concursos Rahn em Zurique em 1985 e Pembaur em Berna em 1986, recebeu do conservatório de Genebra, em 1987, o "Premier Prix de Virtuosité avec Distinction et Félicitations du Jury". Neste ano ele também foi vencedor (ex-aequo) do Concurso Internacional da ARD de Munique, contribuindo assim para o primeiro impulso na sua carreira internacional.

Em 1993, Ricardo Castro recebeu o primeiro lugar no prestigioso "Leeds International Piano Competition" na Inglaterra, marcando a história da competição por ter sido o primeiro vencedor latino-americano desde sua fundação em 1963.Hoje, Ricardo Castro está à frente da direção artística da Orquestra Sinfônica da Bahia onde, em parceria com o projeto FESNIJOV da Venezuela, iniciou a construção dos Núcleos de Orquestras Juvenis e Infantis do Estado da Bahia (Neojibá).

O futuro da música clássica baiana

Os Núcleos de orquestras juvenis e infantis da Bahia, iniciados por Ricardo Castro, trazem como principal objetivo a formação de crianças e jovens para o desenvolvimento social e urbano, tudo isso através do trabalho em equipe, respeito mútuo e muita música.

Mediante a instrução e a prática coletiva, o Neojibá traz para Salvador muito mais que um grupo de estudo de música clássica, traz, também, um novo olhar para a vida. Esses jovens mostram para o Brasil e para o mundo que Salvador vai além do Carnaval de rua, sua história é um poço de diversidades em todos os sentidos.

Abaixo, segue um vídeo da Orquestra Sinfônica Juvenil Dois de Julho: