domingo, 27 de junho de 2010

Respeita os oito baixos do teu pai!


Os festejos juninos no nordeste são compostos essencialmente de tradições. São cores, rezas, fogos, santos, festas e claro, muito forró. Cada elemento dessa fantástica fusão de signos que é o são João pode ser infinitamente destrinchado em muitas e muitas camadas de história. A sanfona é um belo exemplo disto.

Contrariando muitas versões populares, o instrumento precursor da sanfona foi criado inicialmente na China, há cerca de cinco mil anos atrás, e chamava-se Tcheng. Em 1829, um austríaco chamado Cyrillus Demian registrou a nomenclatura Accordeon. Mas, um instrumento que perdura até os tempos atuais e não sai da moda, não poderia ser criação de um só homem. No mesmo ano, Charles Wheatstone registrou a patente do mesmo instrumento, só que o chamando de Concertina. Em 1936, foi publicado em Viena, berço de grandes genialidades musicais, os primeiros métodos para o ensino da sanfona.

No Brasil, as primeiras notas do aparelho chegaram através dos imigrantes europeus. Alemães e italianos o trouxeram para os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde passou a executar não o forró, mas ritmos diversos, como o fado, a valsa e a polca. Nas diferentes regiões por onde passou, o acordeon foi ganhando características pessoais do local, assim como diferentes denominações: sanfona para os nordestinos e gaita, gaita de foles ou realejo, no Sul.

Muito difundido no país a partir da década de 50, a versatilidade da sanfona conquistou cada vez mais adeptos, especialmente os nordestinos. Nesse contexto, surgiu a simbólica figura de Luiz Gonzaga, conhecido como o rei do baião e um dos grandes responsáveis pela popularização do estilo através dos seus grandes sucessos.

Nas recentes comemorações juninas, são muitos os representantes da nova geração que continuam dignamente a trajetória do instrumento. Um grande exemplo disto é um jovem rapaz conhecido como Tadeu do Acordeon (foto), líder da banda Jerimum Assado, que há sete anos produz o tradicional forró nordestino. Ano passado, José Tadeu de Oliveira Filho venceu o concurso regional de sanfona da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana). O forrozeiro, que este conquistou o terceiro lugar no mesmo concurso, diz que foi criado em ambiente rural e sempre ouviu as músicas do rei Luiz Gonzaga, até que resolveu arriscar e tocar sozinho a sanfona velha de um amigo, brincadeira que já completa oito anos.

No bairro de Fazenda Coutos, em Salvador, Joildo Cordeiro atravessa seus dias consertando, tocando e afinando o instrumento. Ele aprendeu a tocar e a restaurar a sanfona com o pai, e há quase de trinta anos vive deste trabalho. Hoje, ele tem uma oficina na sua própria casa, e, principalmente no período de festas juninas, passa dia e noite convivendo com o antigo Tcheng. Locais como este são raríssimos, mas, com a ajuda de equipamentos eletrônicos e um ouvido bem apurado, seu Joildo concerta e afina. A fama fez com que ele criasse um trio nordestino, o que o deixou conhecido como Galego do Acordeon.

Resultado de anos de tradição, evolução e muita música, hoje, o som da sanfona é um dos principais elementos que garante a alegria da festa de São João.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

QUEM VAI AO CIRCO?


Apesar do aparente estímulo da mídia e do recorrente aumento na procura por atividades circenses, os circos de lona estão perdendo espaço dentro da capital baiana. O encanto da “redescoberta” do circo se reflete de forma superficial, pois abarcam sobretudo uma camada da classe média, menosprezando outros setores menos favorecidos da nossa sociedade. Vale frisar que esse interesse se estende principalmente ao circo moderno, a exemplo do “Cirque du Soleil”, e não alcança os tradicionais “cirquinhos” de cultura itinerante que se localizam em sua maioria no interior do estado.

O que se pode perceber é que os circos de médio porte estão deixando de existir e que os cirquinhos, de cultura majoritariamente familiar, estão passando por dificuldades de ordem financeira e estrutural. “A gama de circos está diminuindo cada vez mais, ou se tem uma superprodução para que exista um interesse do público e se possa cobrar um ingresso mais caro ou se tem um circo pequeno, também chamado de cirquinho, e coloca-se o ingresso bem baratinho”, afirma Márcia Ogava coordenadora do circo Picolino.

Embora exista um público interessado nas atividades circenses há uma carência de espaços de circo na cidade. As aulas se espalharam por muitos locais como academias de ioga, escolas de teatro ou mesmo centros artísticos, o que não se iguala à magia de estar sob a lona. A produção de espetáculos na cidade é insipiente e o mesmo se pode dizer da divulgação. Segundo a psicóloga e artista circense Luanna Lima, “falta dar continuidade e uma maior divulgação aos projetos, porque fica muito restrito a um público que já participa do movimento circense”.

A falta de uma estrutura que suporte os treinos e ensaios muitas vezes desestimula a produção de espetáculos e provoca alguns acidentes. “Salvador é muito carente de espaços para o circo. Nós somos uma trupe e estamos ensaiando em árvores. Apresentamos em alguns eventos e normalmente não dá pra fazer aéreo por falta de estrutura”, afirma a professora de ioga e artista circense Anna Lice Mascarenhas que atualmente participa da Trupeniquim.

Apesar de o circo estar presente na Bahia a mais de 20 anos, a criação de um núcleo de artes circenses na Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) é atual, assim como a criação de uma cooperativa de artistas circenses baianos. Estes dois órgãos agem conjuntamente na busca por um mapeamento e memória do circo na Bahia. “A reunião da classe e reconhecimento do circo como importante segmento artístico da sociedade, já é de grande importância nestes primeiros encontros”, afirma Wilma Macedo, secretária da cooperativa.

Estas duas instituições têm como objetivos fomentar a formação de platéias, incentivar o circo itinerante e estabelecer um apoio por parte do Estado para melhor receber o circo em sua cidade com relação a necessidades básicas como espaço, instalações elétricas e fornecimento de água. Também estão sendo desenvolvidos editais públicos com bolsas para a lona dos circos de pequeno porte, para a produção de espetáculos e incentivo à pesquisa da arte circense.


Circo Picolino

Criada em 1986, por um grupo de artistas performáticos, quando só havia três escolas circenses em todo o país, a Picolino é a primeira escola de circo do Norte-Nordeste. Batizada de Picolino, em homenagem ao palhaço brasileiro homônimo que passou a vida espalhando alegria pelo mundo, a escola mudou de sede algumas vezes, se estabelecendo definitivamente em Pituaçu.

Durante os primeiros anos, a escola teve como público cativo às famílias de classe média, mas a partir de 1991, passou a oferecer malabares, trapézio, monociclo e inclusão social também para meninos e meninas de rua, através de programas sociais em parceria com Ongs, órgãos do estado e do município. A iniciativa veio do Ministério Publico, mais precisamente do Juizado de Menores, que levaram ao Picolino um grupo de menores infratores para receberem aulas como meio de ajudá-los a se reintegrar na sociedade.

Houve no primeiro momento um preconceito por partes dos familiares dos alunos particulares, no entanto entre as crianças a convivência e interação foram gratificantes. “Percebeu-se uma melhora por parte das crianças infratoras que se deram conta que aquela era uma maneira de tirá-los da infração e por parte dos alunos particulares que passaram a perceber que o outro era uma criança assim como ele, apesar dos diferentes estilos de vida” afirma a coordenadora de projetos pedagógicos Márcia Ogava.

A partir de então a escola Picolino se voltou para um trabalho social de reintegração de menores na sociedade através do circo. Houve algumas parcerias, mas sem dúvida a mais frutífera foi com o projeto Axé para atender meninos e meninas de ruas. A parceria dura até os dias de hoje e desenvolveu conjuntamente um projeto de formação de instrutores no qual os antigos alunos acabaram tornando-se também facilitadores da escola.

À medida que aumentava o atendimento aos projetos sociais diminuía o numero de alunos particulares por preconceito dos pais. Hoje a escola conta com um percentual de alunos majoritariamente proveniente dos projetos. A intenção era de se trabalhar com uma média de 400 alunos, no entanto as parcerias ainda não foram restabelecidas e a escola neste momento conta com o apoio de apenas dois convênios, o que garante a manutenção de somente 150 alunos.

A arte-educação tem em vista que o contato do aluno com um meio artístico desenvolve sua capacidade intelectiva e aumenta o senso de convivência em comunidade. A Picolino vem trabalhando com projetos sociais a cerca de 17 anos e a adesão em seus alunos é evidente. “Você pode obrigar a criança a ir para a escola, mas não a estudar. Mas quando elas vêm ao circo elas gostam, é uma atividade que lhes dá prazer e as auxilia na sua vida estudantil e comunitária” complementa Márcia Ogava.



Importância da atividade circense


Se envolver com as artes circenses vai além de aprender uma técnica, uma postura e determinadas movimentações físicas. O aprendiz lida diariamente com as suas limitações e trabalha a resistência às frustrações. Assim pensa a artista circense e psicóloga Luanna Lima que atualmente desenvolve um programa com a psicologia e a acrobacia aérea. Tendo como base às técnicas de tecido e trapézio como veículo para trabalhar a autoconfiança, a frustração, o respeito e o reconhecimento aos seus limites. Todas essas questões psicológicas são trabalhadas a partir do contato com a técnica.

Trata-se de uma conquista diária, com base no treino e na tentativa de superação das dificuldades iniciais. Em um mês o aluno consegue resultados que julgava inatingíveis, isso o leva a se reconhecer como vencedor, melhorando sua auto-estima, aumentando a confiança em seu potencial. Ao desenvolver com a técnica certas qualidades na sua personalidade o aluno as leva para a sua vida cotidiana. Ao se deparar com um problema ele não se curva, vai tentar solucioná-lo de diversas maneiras diferentes, até conseguir resolvê-lo, assim como fez com a técnica. É nesta idéia que se baseia o trabalho e a pesquisa da psicóloga Luanna Lima.

Sua pesquisa ressalta ainda a importância da relação que se constrói entre o aluno e o professor. “O facilitador precisa acolher a pessoa que está ensinando, porque tem alguns alunos que morrem de medo” complementa. O professor precisa se manter calmo e perseverante, incentivando o aluno, mas também respeitando seus limites. “A minha forma de trabalho é visando à expressão, não é necessário alcançar a perfeição, importa o caminho e o aprendizado. Não existe um ponto final ou uma posição necessariamente certa, cada um tem uma maneira de se expressar e nós vamos dar um valor para aquilo”.

Cada atividade circense proporciona algum desenvolvimento, não só com a técnica, mas na personalidade e no modo de ser do aprendiz. A acrobacia é a técnica principal, obrigatória em qualquer circo, porque proporciona educação corporal. É onde se aprende a como reagir se cair. O malabarismo trabalha a coordenação motora, a inteligência e o reflexo. Já a técnica do equilíbrio no arame é onde se aprende a encontrar o eixo. No ambiente aéreo, o trapézio e o tecido exigem força e coragem. Além de muitas outras qualidades que cada pessoa pode desenvolver individualmente a partir do contato com a técnica e o circo.

Além de oferecerem benefícios a saúde, como um melhor condicionamento físico, coordenação motora e flexibilidade, as atividades circenses proporcionam outras formas de melhorias, em principal para as crianças, que necessitam uma atividade física no desenvolvimento de seu crescimento para uma infância saudável e ativa. "Hoje em dia eles estão muito voltados para atividades estáticas, pouco se mexem. Uma atividade física é essencial", ressalta a fisioteraputa Amanda Lemos, que assinala a importância de exercícios que melhorem os sistemas cardiovasculares, respiratórios e musculares.

As modalidades circenses abrangem malabares, trapézio, acrobacia, tecido e perna de pau, proporcionando ao praticante o contato com uma nova cultura, além da experiência do trabalho em grupo. A maioria dos exercícios necessita da ajuda de um companheiro, o que permite novas amizades.

História do circo:

Se desejarmos ir mais a fundo, perceberemos que o circo é do ser humano e que o homem desde a era das cavernas já fazia estripulias, equilibrava objetos e fazia acrobacias. Em 3 mil a.c. tem-se registro dos grandes acrobatas, malabaristas e equilibristas chineses, o que nos leva a conceber a China como suposto berço primordial das atividades circenses.

Mas o circo como espetáculo pago, com picadeiro onde se apresentam números de equilíbrio a cavalo e habilidades diversas, é muito recente. Foi criado pelo suboficial inglês e perito cavaleiro Philip Astley, que deu origem ao formato do circo ao perceber que era mais fácil se manter em pé sob o cavalo percorrendo um circulo perfeito, por causa da força centrífuga. Astley foi inovador quando começou a incorporar os saltimbancos, acrobatas, cavaleiros e palhaços em uma só apresentação tornando-se esta a base do circo moderno.

No Brasil tem-se notícia dos primeiros circos por volta do século XIX com famílias e companhias vindas da Europa, mas mesmo antes disso contasse com a existência de grupos circenses indo de cidade em cidade, em lombos de burro, fazendo de tudo um pouco em pequenos espetáculos em dias de festa. Além disso, pode-se falar na constante presença de ciganos, suas atividades consistiam na doma de ursos, ilusionismo e exibições com cavalos.

A transmissão do saber de forma oral entre gerações é uma característica que circo herdou dos artistas ambulantes e saltimbancos. A partir de 1930-40 começam a aparecer as primeiras escolas especializadas na formação de artistas e conseqüentemente o modelo clássico de circo sofre mudanças. A descentralização do conhecimento marca a ruptura, já que, até esse momento o conhecimento era mantido no interior da lona, em "posse" da família, transmitido de geração em geração.

O aparecimento da escola proporciona um maior intercâmbio de conhecimentos, uma diversificação das modalidades, dos estilos, e fundamentalmente concretiza um conhecimento mais sistemático, organizado e talvez científico. As escolas foram se transformando em centros de intercâmbio da cultura circense e a modernidade facilitou a disseminação do conhecimento mais rapidamente.

Sarah Corral

segunda-feira, 14 de junho de 2010

4ª VOLTA AO MUNDO DO NAVEGADOR ALEIXO BELOV




Aos 67, o velejador baiano, de origem ucraniana, está de volta ao mar para completar a sua 4ª volta ao mundo. Dessa vez, no veleiro Fraternidade, ele não viaja sozinho. Belov vem dividindo esta aventura e a sua longa experiência com jovens pesquisadores, selecionados em diversas partes do Brasil.

No dia 16 de janeiro de 2010 o navegador, engenheiro de obras marítimas e escritor Aleixo Belov, partiu de Salvador, com esposa, uma filha e um filho, dois cineastas, que irão fazer o registro da viagem, e um grupo de seis jovens brasileiros, rumo ao Caribe, Panamá, Polinésia Francesa no Oceano Pacífico, a bordo do “Fraternidade”.

Ao saberem da seleção pela internet, mais de 100 concorrentes de todo o país enviaram currículos se candidatando a acompanhar o capitão Belov e equipe nesta jornada no Veleiro Escola Fraternidade, que ficará ancorado na Bahia Marina, em Salvador, até a esperada partida. A Belov Engenharia Ltda construiu o veleiro e é a proprietária do barco, mas o velejador está à procura de patrocínio.

Pioneirismo - Em 1982, sob o comando de Aleixo Belov, o “Três Marias” foi o primeiro veleiro de bandeira brasileira a dar a volta ao mudo em solitário. Em 1986 e 2001, Aleixo manteve seu pioneirismo ao completar a segunda e terceira voltas ao planeta, sempre sozinho.

Agora, para a sua quarta expedição ao redor do globo, ele construiu um novo barco: um veleiro de 21,50 metros de comprimento, que levará 10 tripulantes, entre engenheiros, oceanógrafos, biólogos, cineastas, mergulhadores, velejadores, operários e outros. No auge dos seus 67 anos de idade, o velejador está com tudo pronto para zarpar novamente.

Foram cinco anos construindo, mais um ano ajustando o “Fraternidade”, a mais nova menina dos olhos de Belov, que resolveu realizar o sonho de compartilhar sua experiência com outras pessoas e fazer um balanço da sua vida no mar. “Eu fui muito feliz no mar, queria apresentar essa felicidade para outras pessoas e, principalmente, aos jovens do Brasil”, explica o mestre.

“Assim como fizeram comigo quando eu tinha 16 anos, darei um óculos de mergulho para cada tripulante. Um óculos simples de mergulho mudou a minha vida, hoje tudo meu está ligado ao mar”, revela.

A Tripulação - Segundo Belov, sempre existiram candidatos, mas, depois que o seu amigo Hélio Viana colocou no seu blog e na revista Náutica que estavam recrutando para esta viagem, apareceram mais de 100 pessoas só na primeira semana, e não parou por aí.

“Isto complicou a seleção, mas mesmo assim escolhi 16 pessoas das regiões mais distantes do país para conhecer o Fraternidade e fazer uma entrevista. Passamos um fim de semana juntos, todos alojados a bordo, navegamos um pouco e nos conhecemos”. Destes foram selecionados os que irão nas três ou quatro etapas do projeto: de janeiro a julho, depois os de julho a dezembro, outros de janeiro a julho, e assim por diante. Segundo Belov, “os que se adaptarem bem ou estiverem aprendendo mais poderão fazer vários trechos”.

Rotas de Viagem
- Como o objetivo é ser uma viajem educativa a bordo de um veleiro escola, para passar adiante o que aprendeu, Belov dará preferência às rotas por ele conhecidas e passando nos melhores lugares descobertos durante as sua três voltas ao mundo.

Rota 1: Mar do Caribe, Panamá, Equador, Galápagos, Polinésia Francesa, Nova Zelândia, Austrália, Indonésia, e então poderá descer pelo Índico Sul para a costa da África, Madagascar, Durban, contornar o Cabo da Boa Esperança, Cape Town, Santa Helena e depois Brasil.

Rota 2: Começa igual a Rota 1, e a partir da Indonésia subir para o Índico Norte, Sirilanca, Índia, Golfo Pérsico, Aden e tentar chegar ao Mar Vermelho contornando a Somália (cheia de piratas), Sudão, Egito, Canal de Suez, Chipre, Istambul na Turquia, Mar Negro, Odessa na Ucrânia, voltar ao Mar Mediterrâneo, Grécia, Itália, Tunísia, Espanha, Ilhas Baleares, Gibraltar, Ilhas da costa da África e Brasil.

Sarah Corral

Não é só um "remedinho"

Com certeza você conhece alguém que toma "calmantes". Os chamados ansiolíticos são drogas sintéticas frequentemente usadas para diminuir a ansiedade e a tensão. Os mais conhecidos são o Diazepam, Lextoan e, principalmente, o Rivotril, que somente em 2008 conseguiu a marca de 14 milhões de caixas vendidas nas farmácias brasileiras. E olha que o comércio formal não é o principal meio para os "viciados". Há várias comunidades no Orkut em que os usuários compram e vendem o remédio. No Facebook, mais de 1600 fãs participam da comunidade dedicada ao remédio. Com isso, o Rivotril passou a ser o segundo remédio mais vendido no país, ganhando de remédios conhecidos e fáceis de comprar, como Anador e Aspirina.
Mas por que os ansiolíticos estão fazendo tanto sucesso? Nas comunidades do Orkut e do Facebook a maioria dos relatos destaca a insônia e o medo para começar a tomar ansiolíticos.

"No primeiro mês, tudo me pareceu melhor, já não tinha mais insônia, estava mais animada, e com mais perspectiva."

Algumas pessoas chegam a comparar o efeito dos remédios aos de uma "saidinha com os amigos" e destacam o fato de hoje todo mundo ser obrigado a se sentir bem.:“Não tem gente que de vez em quando precisa encher a cara? Então, é a mesma coisa. A gente tem medo de muita coisa, de ser julgada, de ter acontecido alguma coisa com a filha que não chegou da balada, de não ser aceita, de ter que estar sempre bem.” Outras pessoas destacam os efeitos dos medicamentos e chegam a afirmar que eles não causam vício.

"ja tomei uma vez...melhor sensação de calma, tranquilidade e relaxamento do mundo, é como tomar uma caipiroska, só que sem ressaca!! bom que é dificil viciar com ele, só se for muito burro e usar todo dia. "

De acordo com o Dr. Darlan Barreto, especialista em medicina do trabalho, o uso destas drogas é perigoso principalmente por que elas podem causar vício facilmente. "Ansiolítico não serve para depressão, ele é receitado para casos relacionados à ansiedade. O uso do medicamento só deve ser feito em casos extremos, quando os ataques de ansiedade podem causar outros danos, como problemas no coração." Barreto afirma também que um dos agravantes é o efeito rebote, condição em que a suspensão abrupta do uso do medicamento provoca o retorno das manifestações da doença com intensidade. Ele garante que isso é o suficiente para que os usuários não abandonem o remédio ou que seja difícil cortar o uso mesmo depois de pouco tempo.

"Hoje nós estamos trabalhando mais, o ritmo de vida é acelerado e as pessoas acabam tomando ansiolíticos pra enfrentar situações normais na vida de todo mundo."

Para o médico, é importante que as pessoas enfrentem situações difíceis como perda de parentes próximos, demissões e dificuldades no trabalho, pois "a pessoa pode estar tomando um medicamento que não é necessário e que pode causar dependência facilmente."
Mesmo com o estresse do qual todas as pessoas já estão cansadas de falar, o que se recomenda é claro: o uso de medicamentos só deve ser feito com prescrição médica e em último caso. Médicos e psicólogos defendem que os pacientes, antes de procurarem um remédio, tentem perceber que nem todos os casos são patológicos e que há outras alternativas que não apresentam riscos.


sábado, 12 de junho de 2010

Nova camisa três do Vitória "vaza" na internet

http://www.minhascamisas.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2010/06/uniforme3simbolosfrente1.jpg

Nova camisa 3 do Vitória homenageia o Brasil

Depois do mistério de como seria a nova camisa do Vitória com a assinatura da marca Penalty Cavalera, imagens da nova vestimenta rubronegra caíram na internet neste fim de semana. O lançamento oficial da camisa será na terça-feira, 14 de junho às 19h, em uma noite de autógrafos com os jogadores Ramom Menezes e Vanderson na Loja do Leão do Shopping Center Lapa.

Segundo o Vitória, a nova camisa objetiva fazer com que o time baiano tenha ainda mais destaque em campo durante as partidas.

-"Um novo uniforme diferenciado e criativo, para valorizar o Vitória e sua grande torcida.”, afirma Leandro Ramiro, gerente de marketing da Penalty.
A camisa tem estampas de fitas do Senhor do Bonfim. Nas costas, o logo Penalty Cavalera e também o símbolo Brasil-África, em homenagem à Copa do Mundo de 2010. E a frase “Penalty Cavalera e Vitória, produto com sangue genuinamente brasileiro” foi aplicada na barra esquerda.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Jornalismo e Mídias Sociais

Yuri Almeida (@herdeirodocaos), jornalista que atualmente cursa a pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e dedica-se a pesquisa sobre o Jornalismo Open-source (colaborativo) e a temática “Comunicação e Política”, participou de um bate-papo sobre mídias sociais, jornalismo e política com a turma do sexto semestre de jornalismo na Facom (UFBA) nesta manhã (9).

Segundo Almeida, com o crescimento do uso de redes sociais online nas práticas comunicativas, hoje os jornalistas deixam de ser meros gatekeepers e passam a atuar como "cartógrafos da informação". Eles precisam transformar as redes sociais em áreas de atuação do jornal, e isso precisa ser desenvolvido a partir de uma estrutura colaborativa e mediação diálogica. Abaixo, vejam os slides que nortearam a discussão:




sexta-feira, 4 de junho de 2010

Atacante do Bahia à venda no Mercado Livre

Depois da derrota por 1 vs 0 para o Duque de Caxias, até então, lanterna da série B, torcedores do Bahia colocam à venda o atacante Itacaré, no Mercado Livre.

Segundo o vendedor, Itacaré está "quebrado" e por isso não serve mais ao time baiano:


- Vendo baratinho, na verdade, não esta nem a venda, estou passando e você assume posteriores dores de cabeça. Pois o "botão" está com defeito.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Viáfara desabafa no Twitter



Depois da derrota para o Fluminense por 2 vs 1, na noite desta quarta 02/06, em pleno Maracanã, o arqueiro do Vitória saiu em defesa do time rubro-negro no seu Twitter oficial.

- (O) Vitória, nos dois últimos anos, começou arrasando todo mundo no brasileiro e no final terminamos no sufoco. (Este ano estamos) como outros times que começam estando, lá, atras e terminarem na frente. Não é de desesperar-se, mas também não é para relaxar, precisamos apertar os dentes e levantar a cabeça!