segunda-feira, 22 de março de 2010

Quando Messi será o melhor da história?


Por Moisés Costa Pinto
Lionel Messi, 22, melhor jogador da atualidade, segundo a FIFA e mais da metade do planeta, tem condições de se tornar o melhor jogador da história?

Depois de marcar 11 gols em uma semana (que não é raro no futebol, mas também não é pouca coisa) o argentino é idolatrado como “Deus” por alguns e chamado de “Extraterrestre” por outros. Contudo, até hoje ele não encantou em sua seleção natal (Rivaldo também chegou a ser criticado por não render na Seleção Brasileira o que jogava no Barcelona, antes do mundial de 2002), mas há muito tempo, desde os 17 anos para ser mais exato, Messi é um dos grandes nomes do Barcelona.

Se o Santos, de Neymar, Robinho e Cia., “cobra couvert artístico ao invés de ingresso para seus torcedores” (citação de Marcelo Tas) o Barça, que passou para as quartas de finais da Liga dos Campeões e pode levar o Bi do certame continental, em pleno Santiago Bernadeu, templo maior do seu arqui-rival Real Madrid (que ficou nas oitavas do torneio), pode fechar um ciclo vitorioso, brilhante e prazeroso com o camisa dez mais cobiçado do planeta. Depois de ganhar tudo pelo seu time em 2009 (Campeonato Espanhol, Copa da Espanha, Super Copa da Espanha, Liga dos Campeões, Recopa da Uefa e Mundial de Clubes) Lionel Messi já é apontado, por muitos, como o melhor jogador da história.

Para o presidente do Barcelona, Joan Laporta, Messi é o maior da história. Maior que Pelé, maior que Maradona. Vale lembra que, ele disse o mesmo de Ronaldinho Gaúcho anos atrás, quando o brasileiro tirou o Barça do fundo do poço e do litígio. Entretanto, Messi até hoje não demonstrou quedas vertiginosas na qualidade do seu futebol, ao contrário de Ronaldinho, que viveu um inferno astral depois da Copa de 2006 e só reencontrou o bom futebol no final de 2009. Messi joga como se fosse um jogador da época de Pelé e Maradona – o último é o maior ídolo do Pulga, como Messi é conhecido entre seus hermanos – e não se intimida com os adversário.

Tostão, ex-jogador de futebol, definiu bem o estilo de jogo do argentino: “Ele é diferente. É criativo, veloz e extremamente habilidoso. Ninguém consegue, como ele, conduzir a bola e driblar em pequenos e grandes espaços.” Maradona era veloz e também driblava em espaços grandes e curtos, mas não fazia tantos gols e também não era tão bom nas assistências quanto o atual camisa dez da argentina. Pelé, por outro lado, chutava muito e tinha um excelente faro de gols: era um centroavante nato. O Rei também era habilidoso, mas nem tanto quanto Maradona e menos ainda que Messi. Lionel tem tudo o que Pelé e Maradona tiveram de bom e mais um pouco.

A torcida catalã não tem dúvida: ele é o melhor do mundo. Mas, a torcida argentina não tem a mesma certeza. Messi não joga mal com a camisa azul e branca, mas, também, não tem a mesma desenvoltura em campo pela seleção quanto por seu time. Maradona já testou vários esquemas para dar mais liberdade ao jogador, entretanto, sabe-se lá Deus por que, ele não desequilibra. Pelé e Maradona jogavam bem nos clubes e também (ou mais ainda) nas suas respectivas seleções. Se Messi quiser ser o melhor da história precisa brilha com o manto argentino.

Sua oportunidade está aí, a Copa está aí! Messi, ao contrário de vários jogadores que estão em baixa na temporada, está em acessão. A Argentina pega Nigéria, Coréia do Sul e Grécia pelo Grupo B da Copa da África: um grupo relativamente fácil. O Brasil está no Grupo G e tem pela frente Coréia do Norte, Costa do Marfim e Portugal, um grupo teoricamente mais difícil.

Messi só poderá ser considerado o melhor de todos os tempos se vencer na Copa. Ele não precisa, necessariamente, vencer a Copa para ser “o melhor”, basta jogar e brilhar enquanto estiver em campo. Dessa forma ele será o melhor da história.