Salvador não é uma cidade ideal pra seus habitantes e muito menos uma cidade legal para turistas. Salvador é suja, tem um transporte público de dar vergonha, uma desigualdade social gritante e 3 milhões de pessoas espremidas em seus 707 km quadrados de área. A capital da Bahia, a capital da Alegria e da Terra da Felicidade (?) tem 2/3 da população (1,7 milhão de habitantes) morando em condições irregulares, segundo a Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador). O IPEA (Institutode Pesquisa Econômica Aplicada) diz que 37% das pessoas que moram em Salvador vivem na pobreza. Como achar legal uma cidade que derruba suas matas remanescentes pra construir edifícios e condomínios para a população ‘diferenciada’ da cidade? Como achar legal uma cidade que obriga seus habitantes a virar ‘sardinhas’ dentro dos ônibus? A Cidade da Bahia tinha 700 mil habitantes em 1960. Hoje tem 3 milhões. Com 2,3 milhões de habitantes em 50 anos dá pra imaginar porque quase 70% da população mora em condições inadequadas e/ou invasões. A cidade que realiza todos os anos ‘o maior carnaval do mundo’ deveria repensar a festa. Ninguém ganha qualidade de vida vendendo espetinho na rua, né? Mas vendendo abadá, com certeza.
Itapagipe
Os problemas, no entanto, não devem ser um motivo pra não conhecer os bons lugares de Salvador. Além da ponta de Humaitá (já citado aqui no blog por uma colega), a orla da Ribeira e o Forte do Mont Serrat são outras duas ótimas opções de passeio com tranqüilidade. Ambos estão localizados em Itapagipe, essa Salvador com cara de cidadezinha de interior.
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