quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sucessão Governamental Baiana

Por Moisés Costa Pinto

Após uma expressiva vitória nas últimas eleições para o governo estadual, Jaques Wagner terá o maior desafio de sua gestão, até o presente momento. Ao seu encontro está o pré-candidato peemedebista Geddel Vieira Lima.


Geddel, antigo aliado político de Wagner e umas das principais peças da vitória do atual governador, frente ao grupo político do falecido Senador Antônio Carlos Magalhães, é um dos maiores articulistas com os políticos do interior do estado. Seu partido, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMBD) detém a maioria das prefeituras municipais e das cadeiras da Assembleia Legislativa da Bahia.  Muitos creditam a este fator a vitória de Wagner nas últimas eleições e que, talvez, por isso Geddel queira ter voos mais altos em sua vida política.


Geddel Vieira foi eleito cinco vezes consecutivas para o cargo de Deputado Federal e exerceu, nós últimos anos no Governo Lula, o cargo de Ministro da Integração Nacional. Wagner, antes de ser eleito governador, foi Ministro do Trabalho, nos primeiros anos do Governo Lula, e eleito três vezes seguidas Deputado Federal, sua primeira eleição para o cargo foi em 1990.


Entre 2008 e 2009, Wagner chegou a ser cotado para ser o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) para a sucessão presidencial. Porém, o próprio presidente apontou Dilma Roussef para ser a candidata do partido.


Todavia, em 2009, Geddel anunciou a saída do seu partido do governo Wagner. Este fato gerou um mal-estar político entre o PT e o PMDB. Os dois partidos trocaram fardas e acusações de má administração ao decorrer da saída dos aliados de Geddel das secretarias estaduais. Em compensação, em clima mais amistoso, os dois pré-candidatos usaram o Carnaval de 2010 em aparições públicas na TV e páginas dos jornais, já pensando em cooptar alguns votos da opinião pública. Isso sem falar em outras festas tradicionais do calendário baiano, como a Lavagem do Senhor do Bonfim e a Festa de Iemanjá.


É bom lembrar que ambos os candidatos têm o apoio de Lula. Entretanto, o presidente não diz quem e em se vai subir no palanque de um dos dois nas eleições que se aproximam. O que Lula quer evitar é rachar sua base governamental, como ocorreu na Bahia.


A sucessão governamental ainda não começou, oficialmente, na Bahia. Mas, estas eleições prometem ser umas das mais disputadas da história, mesmo por que os ex-governadores Cezar Borges e Paulo Souto podem ser peças fundamentais no tabuleiro eleitoral. Suas preferências partidárias podem ser decisivas para o ‘xeque mate’, nesta que deve ser a primeira eleição em muitos anos, onde o carlismo entra em desvantagem.


Geddel e Wagner: antes aliados em prol da queda de uma hegemonia, agora adversários declarados, mas que não largam a saia do papai Lula.