quarta-feira, 5 de maio de 2010

Parto na água não é para peixe


Há tempos atrás, o parto normal era a única opção para as mamães. Uma cesariana era tida como algo complexo e extremamente perigoso para a gestante e o bebê, e realizado somente em casos de risco. O avanço da medicina trouxe benefícios e maus hábitos para o campo. O parto cirúrgico passou a ser visto como um modo confortável e indolor, certamente cercado por mitos, os quais, para alguns médicos, levaram à banalização da prática. Para outros, cada forma de dar a luz é cercada por vantagens e malefícios, que devem ser avaliados tão somente pela mãe, quem deve decidir o que é mais confortável e seguro para si mesma.

Deixando para o passado a discussão feijão-com-arroz sobre o assunto, o que vem sendo, por diversos meios, cada vez mais comentado, é o parto na água. A discussão foi obviamente potencializada após a Top Model Gisele Bundchen anunciou ter aderido à prática.

No mundo inteiro, cada vez mais mulheres têm procurado formas alternativas para dar à luz. No Brasil, embora as mulheres tenham começado a demonstrar mais interesse pelo assunto, são ainda poucas as opções de partos mais naturais que são oferecidas. No serviço particular, cerca de 80% dos partos são cesáreas. Dos 20% normais, quase todos são feitos com a mulher deitada, anestesiada, dentro de centros cirúrgicos.

O parto na água é uma modalidade de nascimento onde a mulher fica dentro da água durante o período de expulsão. A água é aquecida a 36ºC, o ambiente geralmente fica à meia luz e o pai ou acompanhante pode entrar na banheira com a futura mãe. Na água, sente-se menos dor e quase nunca há necessidade de intervenções. O ambiente aquático cria uma pressão igual em todas as partes do corpo e por isso a mulher sente menos pressão no abdômen e no útero durante as contrações.

A modalidade tem sido visto como a forma mais “natural” de trazer a criança ao mundo, já que ela é expelida pela mãe dentro do meio aquoso, exatamente como estava no útero, como um modo de transição do meio uterino para o exterior. Por isso, esses nascimentos costumam ser muito suaves e calmos. Muitos bebês sequer choram quando são trazidos à tona para o colo de suas mães.

Alguns médicos alegam que esse parto não é seguro, porque o bebê pode aspirar água. Na verdade os registros de incidentes nos partos aquáticos são muito raros e comparado com partos na mesa ginecológica o parto na água não perde em segurança, mas ganha em qualidade do nascimento.

Além da utilização da água, existem diversos outras formas de tornar o momento de dar a luz mais natural e menos traumático para a mãe e o filho. O parto de cócoras, utilizado nas tribos indígenas ou o parto domiciliar, que reduz o risco de infecções podem ser boas alternativas. Dentre verdades e mentiras, a única opção imutável é a escolha da futura mamãe para cada detalhe do momento mais aguardado dos últimos nove meses.