segunda-feira, 14 de junho de 2010

4ª VOLTA AO MUNDO DO NAVEGADOR ALEIXO BELOV




Aos 67, o velejador baiano, de origem ucraniana, está de volta ao mar para completar a sua 4ª volta ao mundo. Dessa vez, no veleiro Fraternidade, ele não viaja sozinho. Belov vem dividindo esta aventura e a sua longa experiência com jovens pesquisadores, selecionados em diversas partes do Brasil.

No dia 16 de janeiro de 2010 o navegador, engenheiro de obras marítimas e escritor Aleixo Belov, partiu de Salvador, com esposa, uma filha e um filho, dois cineastas, que irão fazer o registro da viagem, e um grupo de seis jovens brasileiros, rumo ao Caribe, Panamá, Polinésia Francesa no Oceano Pacífico, a bordo do “Fraternidade”.

Ao saberem da seleção pela internet, mais de 100 concorrentes de todo o país enviaram currículos se candidatando a acompanhar o capitão Belov e equipe nesta jornada no Veleiro Escola Fraternidade, que ficará ancorado na Bahia Marina, em Salvador, até a esperada partida. A Belov Engenharia Ltda construiu o veleiro e é a proprietária do barco, mas o velejador está à procura de patrocínio.

Pioneirismo - Em 1982, sob o comando de Aleixo Belov, o “Três Marias” foi o primeiro veleiro de bandeira brasileira a dar a volta ao mudo em solitário. Em 1986 e 2001, Aleixo manteve seu pioneirismo ao completar a segunda e terceira voltas ao planeta, sempre sozinho.

Agora, para a sua quarta expedição ao redor do globo, ele construiu um novo barco: um veleiro de 21,50 metros de comprimento, que levará 10 tripulantes, entre engenheiros, oceanógrafos, biólogos, cineastas, mergulhadores, velejadores, operários e outros. No auge dos seus 67 anos de idade, o velejador está com tudo pronto para zarpar novamente.

Foram cinco anos construindo, mais um ano ajustando o “Fraternidade”, a mais nova menina dos olhos de Belov, que resolveu realizar o sonho de compartilhar sua experiência com outras pessoas e fazer um balanço da sua vida no mar. “Eu fui muito feliz no mar, queria apresentar essa felicidade para outras pessoas e, principalmente, aos jovens do Brasil”, explica o mestre.

“Assim como fizeram comigo quando eu tinha 16 anos, darei um óculos de mergulho para cada tripulante. Um óculos simples de mergulho mudou a minha vida, hoje tudo meu está ligado ao mar”, revela.

A Tripulação - Segundo Belov, sempre existiram candidatos, mas, depois que o seu amigo Hélio Viana colocou no seu blog e na revista Náutica que estavam recrutando para esta viagem, apareceram mais de 100 pessoas só na primeira semana, e não parou por aí.

“Isto complicou a seleção, mas mesmo assim escolhi 16 pessoas das regiões mais distantes do país para conhecer o Fraternidade e fazer uma entrevista. Passamos um fim de semana juntos, todos alojados a bordo, navegamos um pouco e nos conhecemos”. Destes foram selecionados os que irão nas três ou quatro etapas do projeto: de janeiro a julho, depois os de julho a dezembro, outros de janeiro a julho, e assim por diante. Segundo Belov, “os que se adaptarem bem ou estiverem aprendendo mais poderão fazer vários trechos”.

Rotas de Viagem
- Como o objetivo é ser uma viajem educativa a bordo de um veleiro escola, para passar adiante o que aprendeu, Belov dará preferência às rotas por ele conhecidas e passando nos melhores lugares descobertos durante as sua três voltas ao mundo.

Rota 1: Mar do Caribe, Panamá, Equador, Galápagos, Polinésia Francesa, Nova Zelândia, Austrália, Indonésia, e então poderá descer pelo Índico Sul para a costa da África, Madagascar, Durban, contornar o Cabo da Boa Esperança, Cape Town, Santa Helena e depois Brasil.

Rota 2: Começa igual a Rota 1, e a partir da Indonésia subir para o Índico Norte, Sirilanca, Índia, Golfo Pérsico, Aden e tentar chegar ao Mar Vermelho contornando a Somália (cheia de piratas), Sudão, Egito, Canal de Suez, Chipre, Istambul na Turquia, Mar Negro, Odessa na Ucrânia, voltar ao Mar Mediterrâneo, Grécia, Itália, Tunísia, Espanha, Ilhas Baleares, Gibraltar, Ilhas da costa da África e Brasil.

Sarah Corral